Assim vivemos esse primeiro ano no Ceará. Tempo de chegada, entrosamento com o povo, assumir compromissos, vivenciar e experimentar o que esse povo vive e experimenta, gente de fé, resistência, que sabe esperar contra toda esperança.
O desafio dessa região que estamos morando é a falta d’água. O Ceará enfrenta o quinto ano de seca consecutivo, tem no momento apenas 8% de seu potencial de abastecimento de água para todas as necessidades. Ainda com um agravante, essa água está monopolizada para as empresas e o agronegócio e com isso, a população está sem água suficiente para suas necessidades.
“Precisa justiça na partilha desse bem que é de todos”.
O que uma termelétrica utiliza num mês abasteceria seiscentas mil famílias. O agronegócio tem acesso à outorga para uso da água antes mesmo do plantio ser realizado. O que é motivo de muita indignação.
Enquanto tudo isso acontece, grande parte da população é abastecida pelo caminhão pipa ou compra água dos carregadores que ganham a vida com seu burrinho e carroça abastecendo a população.
Esse é o “eixão das águas” que passa em nosso município, indo para Fortaleza e abastecendo o agronegócio.
Esse é um posto que abastece nossa comunidade.
Uiraponga não tem uma adutora pra ser abastecida pela água do canal.
Este é um dos poços que abastece Uiraponga.
Essa situação nos questiona e impulsiona a conscientizar o povo de que a água é um bem de todo ser vivente. Com esse objetivo, no dia 24 de novembro de 2016, um grupo da CARITAS da Diocese de Limoeiro, reuniu-se com a comunidade do Uiraponga para tratar dessa questão.
Teremos um grande evento, dia 18 de janeiro em Fortaleza, “A MARCHA DAS ÁGUAS”, que está unindo Dioceses, Pastorais e Movimentos Populares. Rezemos nesta intenção, em especial neste dia.
Avaliamos, enquanto comunidade religiosa de Irmãs da Providência de Gap, que este ano foi muito rico nas experiências vividas com o povo moradanovense e aos poucos vamos conhecendo e comungando das lutas do nosso povo nesta terra e neste chão.
Contamos com suas orações.
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